As etnias do Brasil são as diferentes culturas com base nas quais a população brasileira foi formada. O Brasil é um dos países com maior diversidade étnica do mundo, tendo ela surgido ainda no século XVI a partir da interação entre a população nativa (os indígenas), os africanos que foram trazidos à força na condição de escravizados e os brancos europeus, principalmente portugueses. Além disso, a imigração de italianos, japoneses, espanhóis, sírios, alemães e outros povos contribuiu para a multiculturalidade típica do território brasileiro.
O IBGE utiliza o conceito de cor/raça para determinar a identificação étnica da população do Brasil, feita pela autodeclaração. São as seguintes categorias: pretos, pardos, brancos, indígenas e amarelos. No último Censo Demográfico, realizado em 2022, constatou-se que os pardos são a maioria, sendo esse o grupo formado por 45,3% da população, o equivalente a 92 milhões de pessoas. Na sequência estão os brancos (43,5%) e os pretos (10,2%). Os indígenas e os amarelos são igualmente considerados na pesquisa, e representam, respectivamente, 0,6% e 0,4% da população do Brasil.
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Resumo sobre etnias do Brasil
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O Brasil é um país multiétnico que se constituiu com base nas etnias indígenas, nas etnias africanas e nos povos europeus.
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As categorias de identificação étnica da população brasileira, determinadas pelo IBGE, são cinco: brancos, pretos, pardos, indígenas e amarelos.
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Elas são identificadas por meio da autodeclaração e contemplam todos os grupos étnicos que participaram e participam do processo de formação da população brasileira.
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Considerando os critérios do Censo Demográfico do IBGE, os pardos são a maioria da população brasileira (45,6%).
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A população parda é aquela descendente de negros, indígenas e brancos (europeus), o que pode abranger mais de uma etnia.
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A diversidade étnica brasileira é o resultado do processo de miscigenação, que consiste na mistura entre os povos europeus, africanos e indígenas.
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Além dos indígenas, africanos e portugueses, também fazem parte da composição étnica do Brasil: italianos, alemães, japoneses, sírios, espanhóis, libaneses e outros.
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O processo de miscigenação, principalmente no Brasil Colônia, foi marcado pela violência perpetrada pelo colonizador sobre os indígenas e os africanos escravizados.
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No caso dos africanos, a sua imigração aconteceu de maneira forçada, enquanto os europeus são, também, imigrantes, mas seu deslocamento foi espontâneo.
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Etnia e raça são dois conceitos distintos.
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O conceito de etnia diz respeito à identidade de determinado povo, e compreende o seu modo de vida, suas tradições e sua territorialidade.
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A raça faz referência unicamente aos aspectos físicos exteriores.
Quais são as etnias do Brasil?
O Brasil é conhecido internacionalmente pela sua multietnicidade, o que significa dizer que a sua população é constituída pela combinação de diferentes culturas e de diferentes povos. Esse processo está associado com a formação do território brasileiro, sedimentada nos povos nativos, os indígenas, e em diversas correntes migratórias forçadas ou espontâneas que tiveram início no século XVI. Levando isso em consideração, são etnias do Brasil:
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indígenas;
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africanos;
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europeus.
→ Indígenas
Os povos indígenas são os nativos do território brasileiro. Não se pode, entretanto, tratá-los como um grupo homogêneo. Os dados mais atualizados do IBGE mostram que existem 305 etnias indígenas no Brasil, sendo elas falantes de 274 línguas diferentes. Cada uma dessas etnias tem o seu próprio modo de vida, incluindo a sua organização social e hierárquica, além de tradições religiosas e ritos particulares.
Na tabela a seguir, conheça alguns dos povos indígenas brasileiros:
Xavante |
Munduruku |
Asuniri do Tocantins |
Pataxó |
Ticuna |
Canela Apanyekrá |
Guajajara |
Mebengôkre (Kayapó) |
Kawaiwete (Kaiabi) |
Yanomami |
Iny Karajá |
Guarani Ñandeva |
Kaiowá |
Asurini do Xingu |
Sateré Mawé |
→ Africanos
Africanos oriundos de diversas partes do continente foram trazidos à força para o Brasil a partir da década de 1530 na condição de escravizados. Eles eram oriundos principalmente de Angola e da Costa do Marfim, bem como outros países da África Ocidental, em sua maioria. Entre os grupos étnicos de origem da população africana que viveu no Brasil, assim como seus descendentes, estão: nagô, jeje, malê, banto, sudanês, hauçá e mina.
→ Europeus
A população europeia veio ao Brasil por meio da imigração espontânea. Os primeiros grupos foram os portugueses, responsáveis pela colonização e pela aculturação das populações indígenas. Além deles, italianos, alemães, espanhóis, poloneses e holandeses constituem algumas das principais nacionalidades e etnias que se deslocaram para o país e têm parte na sua diversidade étnica.
Os três grupos acima mencionados são os grupos majoritários que deram origem à população brasileira, e cujas etnias foram as responsáveis pela formação da população brasileira como hoje a conhecemos. Não podemos deixar de citar, entretanto, a população árabe oriunda do Oriente Médio (sírios, libaneses, iranianos, turcos), a japonesa e a chinesa que também imigraram para o Brasil a partir do século XX e representam uma parte da cultura do país. Diz-se, por isso, que o país apresenta uma população miscigenada.
Para fins estatísticos, o IBGE utiliza o conceito de cor/raça para a classificação da população brasileira, e a sua identificação se dá por meio da autodeclaração no momento da coleta de informações para o Censo Demográfico. Conforme explica o IBGE|1|, o conceito de raça que é empregado durante as suas pesquisas não é limitado aos aspectos físicos do indivíduo.
O instituto aplica essa terminologia entendendo a raça como um construto da interação social. Assim sendo, as categorias determinadas pelo IBGE contemplam todos os grupos étnicos que participaram e participam do processo de formação da população brasileira. São estas categorias|2|:
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Brancos: indivíduos que se autodeclaram brancos.
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Pretos: indivíduos que se autodeclaram pretos.
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Amarelos: indivíduos com origem japonesa, chinesa, coreana ou de outra etnia asiática.
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Pardos: indivíduos que se autodeclaram pardos ou que se identificam com a mistura de duas ou mais cores/raças, sendo elas preta, indígena, branca ou mesmo parda.
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Indígena: indivíduos que se autodeclaram indígenas, que podem ser tanto pessoas que vivem em territórios indígenas quanto fora deles, incluindo comunidades quilombolas.
Veja também: Diversidade cultural no Brasil — um reflexo da mistura de povos e culturas
Maior etnia do Brasil
Os dados do Censo Demográfico de 2022 mostram que os pardos constituem a parcela mais numerosa de brasileiros, sendo esse grupo formado por 45,3% da população, ou 92.083.286 habitantes. Não obstante a classificação ser feita com base nas características tanto raciais quanto étnicas, com base nesse dado é possível compreender que a maioria da população brasileira é originária da fusão entre indígenas, negros e brancos europeus.
O que é etnia?
Etnia é um conceito antropológico que representa a identidade de um indivíduo e da população à qual ele pertence. A etnia reflete a cultura de determinado povo reunindo aspectos que a caracterizam, como a língua falada, o seu modo de vida, suas tradições religiosas e os seus costumes sociais.
Em muitos casos, a etnia está atrelada também ao aspecto territorial, refletindo-se no conceito geográfico da territorialidade. Dessa forma, a etnia de um povo não está relacionada com os atributos físicos em comum de uma população, mas sim às praticas e aos espaços que auxiliam a identificar determinado grupo social.
Diferenças entre etnia e raça
Etnia e raça são conceitos erroneamente empregados como sinônimos, mas que apresentam conotações diferentes. Como vimos no tópico anterior, a etnia é definida como sendo a identidade de determinado povo, o que abarca todas as suas práticas sociais, o modo de vida e, atrelado a ele, o território em que aquela população vive e reproduz suas atividades.
A raça, em contrapartida, refere-se exclusivamente às características fenotípicas de um indivíduo, o que teoricamente permitiria identificá-lo com um grupo que compartilha das mesmas feições, entre as quais está a cor da pele, a cor e textura do cabelo e os aspectos da face.
Ideologias extremistas e pseudociências já propam a segregação dos seres humanos com base em aspectos físicos que seriam atribuídos a diferentes “raças”, propagando uma falsa hierarquização da sociedade subsidiada pelo racismo científico. Por isso, muitos pesquisadores defendem que o termo “raça” não deve ser empregado para nos referirmos aos seres humanos, uma vez que não existe diferenciação biológica significativa entre humanos que justifique tal separação.
→ Videoaula sobre raça e etnia
Miscigenação no Brasil
A miscigenação é o processo de interação entre povos de duas ou mais etnias. No caso da população brasileira, ela foi formada da mistura entre os povos indígenas, africanos, europeus e asiáticos|3|, o que deu origem à grande diversidade de aspectos físicos e culturais que caracteriza o território nacional.
Uma pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP), publicada no ano de 2025|4|, com o mapeamento do genoma de uma amostra de 2723 indivíduos no Brasil, revelou o predomínio da ancestralidade indígena e africana no DNA mitocondrial, herdado principalmente da mãe.
Analisando o material genômico como um todo, a pesquisa constatou maior contribuição genética europeia (60%), com a africana (27%) e indígena (13%) na sequência. A pesquisa relevou, ainda, a grande variedade de etnias africanas encontradas no material genético brasileiro, a maioria das quais é oriunda das regiões da África Ocidental e da África Oriental.
Uma ressalva importante a ser feita a respeito da miscigenação é que ela nem sempre aconteceu de maneira pacífica ou consensual na história do Brasil, e tal fato foi refletido na pesquisa anteriormente citada. Sobretudo em se tratando as interações que ocorriam entre a população branca e a população negra, e entre a população branca e a população indígena, existem inúmeros registros de violência e de imposição da força por parte dos colonizadores sobre as mulheres escravizadas e sobre as nativas.
Além disso, a aculturação e o apagamento de tradições indígenas e africanas foram muito comuns nos primórdios da formação socioterritorial brasileira, notadamente no Brasil Colônia.
Etnias do mundo
O mundo ultraou a marca de oito bilhões de habitantes. Essa imensa população que se distribui por 193 países pertence a um conjunto amplo de etnias que refletem a identidade cultural dos territórios em que se desenvolveram, expressando elementos que são típicos do seu local de origem (país ou território) e também dos seus ancestrais.
Além das etnias existentes hoje, que são centenas de milhares, há algumas que deixaram de existir por motivos diversos, desde violentos processos de colonização até a transformação no seu modo de vida, tornando-se um grupo extinto. Algumas das etnias do mundo são:
han |
polinésio |
zulu |
indo-ariano |
quechua |
eslavo |
anglo-saxão |
hausa |
havaiano |
maori |
ioruba |
francês |
inuí |
fulani |
japonês |
afro-americano |
espanhol |
guarani |
Anteriormente, reforçamos a importância da territorialidade para as etnias. No mundo atual, existem muitas etnias que, apesar de reproduzirem seus costumes e tradições em um território, não têm um Estado definido ou reconhecido pela comunidade internacional. É o caso do povo curdo, palestino, tibetano, caxemire e basco, por exemplo.
História das etnias do Brasil
A história das etnias do Brasil tem início antes do processo de colonização do território, ainda com as populações indígenas que habitavam o país. O IBGE estima que existiam ao menos dois milhões de nativos nas terras brasileiras quando os portugueses aportaram no litoral brasileiro no início do século XVI. Desse contato e interação entre as etnias indígenas e os europeus oriundos de Portugal, começou o processo de formação da população brasileira, dado por meio da miscigenação.
Em meados do século XVI, até pelo menos o final do século XIX, o Brasil recebeu muitas correntes migratórias originadas do continente africano. Os africanos, cabe reforçar, foram trazidos à força para a então colônia na condição de escravizados. Portanto, não foi uma imigração feita de forma espontânea. A população negra era pertencente a diversas etnias, entre as quais: nagô, banto, jeje e iorubá. A sua presença no território nacional foi fundamental para a composição da identidade brasileira.
No decorrer do século XX, principalmente, transformações políticas e socioeconômicas pelas quais o Brasil ou resultaram na atração de novas correntes migratórias para o país. Inicialmente, essa migração foi custeada por fazendeiros interessados em contratar mão de obra, já que a escravidão havia sido abolida.
Posteriormente, o próprio governo brasileiro ou gerenciar esse processo. Assim, o Brasil começou a receber imigrantes de diversas nacionalidades: italianos, espanhóis, alemães, japoneses, sírios e libaneses. Ao final do século XX, chineses e populações latino-americanas começaram a se deslocar para o Brasil.
Tudo isso reflete o processo de composição das etnias no território brasileiro e, de maneira mais ampla, da identidade da população do Brasil. A influência dessas diferentes culturas é observada nas tradições locais, na religiosidade, nas festas e celebrações regionais, nas manifestações artísticas, na gastronomia e na língua falada.
Saiba mais: Diversidade cultural e desigualdade social no Brasil — qual a relação?
Exercícios resolvidos sobre etnias do Brasil
Questão 1
(UFRGS) O Censo Demográfico de 2022 permite conhecer a quantidade de residentes nas Terras Indígenas e a distribuição da população indígena dentro e fora desses territórios.
Considere as afirmações abaixo, sobre as Terras Indígenas no Brasil.
I - Cerca de 10% da população residente nas Terras Indígenas não são indígenas.
II - A Região Sudeste apresenta o percentual mais elevado de população indígena residente fora das Terras Indígenas.
III- A Terra Indígena com maior número de pessoas indígenas é a Yanomami (AM/RR), que corresponde a cerca de 4,5% do total de indígenas em Terras Indígenas do país.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
Resposta: Alternativa E. Todas as afirmações estão corretas. O último recenseamento do IBGE mostrou que 9,74% das pessoas residentes em terras indígenas não pertencem a nenhuma etnia indígena. Considerando as terras delimitadas, a maior delas é a terra Yanomami, com população de 27.152 pessoas. Além disso, fora dos territórios demarcados, é a região Sudeste que concentra o maior número de indígenas (101,9 mil).
Questão 2
(Fuvest) “Entre os anos de 2012 e 2022, o número de pessoas autodeclaradas pretas e pardas aumentou em uma taxa superior à do crescimento do total da população do país, segundo o resultado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua do IBGE. No caso dos negros, essa porcentagem variou de 7,4% em 2012 para 10,6% em 2022. ‘(...) uma das hipóteses para o crescimento da proporção é que a percepção racial tenha mudado dentro da população, nos últimos anos’.”
O Globo, 22/07/2022; CNN Brasil, 16/06/2023.
“Pois bem, é justamente a partir daí que aparece a necessidade de teorizar as ‘raças’ como o que elas são, ou seja, construtos sociais, formas de identidade baseadas numa ideia biológica errônea, mas eficaz, socialmente, para construir, manter e reproduzir diferenças e privilégios. Se as raças não existem num sentido estritamente realista de ciência, ou seja, se não são um fato do mundo físico, são, contudo, plenamente existentes no mundo social, produtos de formas de classificar e de identificar que orientam as ações dos seres humanos.”
GUIMARÃES, Antônio Sergio Alfredo. Raças e estudos de relações raciais no Brasil. Novos Estudos CEBRAP, n.54, 1999. p.153.
Relacionando os dados trazidos pela PNAD/IBGE e o conceito de raça do sociólogo Antônio Sergio Alfredo Guimarães, é correto afirmar:
a) A hipótese de que a autopercepção racial de parte dos brasileiros mudou está em conflito com a tese de que raça é um construto social. Isso porque, como os traços fenotípicos da população brasileira mantiveram-se os mesmos de 2012 a 2022, não haveria motivos para o aumento dos autodeclarados pretos e pardos.
b) A tese de que raças são construtos sociais ganha força diante das mudanças na autopercepção de parte dos brasileiros sobre sua condição racial. Alterações culturais e ideológicas da inserção social de negros e pardos teriam permitido o crescimento dos assim autodeclarados.
c) As alterações na autopercepção racial captadas pelas pesquisas do IBGE não guardam relação com a ideia de que raça é um construto social. Na verdade, reafirmam que as raças são realidades biológicas e que mais indivíduos estariam se dando conta do seu verdadeiro pertencimento racial.
d) Os dados colhidos pelo IBGE sobre o aumento da autodeclaração racial dos respondentes como pretos e pardos indicam que houve um aumento dessa população no Brasil, o que contraria a tese de que raça é um construto social, e não uma realidade biológica.
e) A existência do racismo no Brasil indica que a tese de raça como construto social está errada. Se raça fosse um construto social, e não uma realidade biológica, os indivíduos prefeririam se declarar como brancos para evitar serem vítimas de racismo.
Resposta: Alternativa B. A alteração na definição de raça, deixando de ser um conceito atrelado aos aspectos físicos e biológicos, e a conscientização da população brasileira acerca da sua ancestralidade mudaram a percepção de parte dela sobre a sua identidade e condição racial, gerando maior volume de autodeclarações de negros e pardos.
Notas
|1| e |2| IBGE. Censo demográfico 2022: identificação étnico-racial da população, por sexo e idade: resultados do universo. Rio de Janeiro: IBGE, 2023. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=73105.
|3| e |4| ESCOBAR, Herton. Estudo mapeia impactos da miscigenação no DNA e na saúde da população brasileira. Jornal da USP, 16 mai. 2025. Disponível em: https://jornal.usp.br/ciencias/estudo-mapeia-impactos-da-miscigenacao-no-dna-e-na-saude-da-populacao-brasileira/.
Créditos das imagens
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Fontes
IBGE. Panorama do Censo 2022. Disponível em: https://censo2022.ibge.gov.br/panorama/.
Instituto Socioambiental – Povos Indígenas do Brasil. Disponível em: https://pib.socioambiental.org/pt/P%C3%A1gina_principal.
SANTOS, Cleito Pereira do; VIANA, Nildo. (Orgs.) Capitalismo e Questão Racial. Rio de Janeiro: Corifeu, 2007, p. 128.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. Espetáculo da miscigenação. Estudos Avançados, São Paulo, Brasil, v. 8, n. 20, p. 137–152, 1994. Disponível em: https://revistas.usp.br/eav/article/view/9652.