A função conativa ou apelativa é a função da linguagem que se concentra no receptor da mensagem, tendo como principal objetivo persuadir, influenciar ou orientar o receptor. Geralmente expressa-se por meio de imperativos, vocativos ou expressões que sugerem comandos, convites e recomendações. f542v
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A função conativa ou apelativa é uma das seis funções da linguagem teorizadas por Roman Jakobson, sendo a que se destaca pelo foco no receptor da mensagem. Seu objetivo primário é influenciar, convencer ou conduzir a audiência a uma atitude específica. Geralmente expressa-se por meio de imperativos, vocativos ou expressões que sugerem comandos, convites e recomendações. Veja um exemplo:
Mas lá vêm eles novamente
Eu sei o que vão fazer:
Reinstalar o sistema
Pense, fale, compre, beba,
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Tenha, more, gaste, viva
Na letra da canção “irável chip novo”, a cantora Pitty faz referência aos verbos conjugados no imperativo, usados frequentemente em linguagem publicitária para persuadir o consumidor a adotar determinado estilo de vida ou a adquirir algum produto. Nesse caso, há uma referência indireta à função conativa, que é ativada nesses anúncios.
A função conativa tem algumas características marcantes, como:
A seguir, veja diferentes exemplos da função conativa.
A função conativa é muito usada em frases de efeito para persuadir o interlocutor da mensagem, como em ordens, conselhos, sugestões etc. Veja:
Faça o que eu digo, não o que eu faço.
Abra a janela, por favor.
Pense no seu futuro, você não vai poder depender de mim para sempre!
As ordens e os conselhos expressos nessas frases visam ao convencimento do receptor para fazer algo.
A publicidade e a propaganda comumente usam a função conativa para divulgar o que precisam por se tratar de uma função focada na persuasão do receptor da mensagem. Observe esta campanha publicitária:
Na campanha, a frase “Água: use bem para ninguém ficar sem.” tem função conativa, pois se dirige diretamente ao receptor da mensagem (a pessoa que lê), orientando-a a usar bem a água. Essa estratégia é importante para convencer a população a estar mais atenta ao uso da água.
É muito comum que discursos políticos se utilizem da função conativa para convencer o receptor da mensagem (o potencial eleitor) a compartilhar dos interesses do candidato que faz a campanha, votando nele. Exemplo:
Vote em mim e vamos, juntos, fazer a mudança no país!
Mais uma vez, os verbos no imperativo e a mensagem dirigindo-se diretamente ao receptor são a marca da função conativa nesse exemplo.
Os textos instrucionais utilizam a função conativa por excelência, já que, ao instruir quem está lendo, eles apresentam verbos no imperativo para que a pessoa realize as ações conforme indicado. São textos em manuais de instrução, em receitas, tutoriais em geral, por exemplo. Exemplos:
Conecte o cabo à tomada.
Preaqueça o forno durante vinte minutos.
Aplique o primer em todo o rosto e espalhe a base suavemente, garantindo uma cobertura uniforme.
O linguista Roman Jakobson foi o responsável por desenvolver a teoria sobre o processo comunicativo, teorizando seis funções da linguagem, cada uma focada em um elemento diferente desse processo.
Questão 1
(Funrio) Quando na ação comunicativa predomina a função conativa da linguagem, o elemento do processo comunicativo que está em foco é o/a
A) emissor.
B) código.
C) mensagem.
D) receptor.
E) contexto.
Resolução:
Alternativa D.
A função conativa é focada no receptor da mensagem, para ser persuasiva.
Questão 2
(FGV) Assinale a frase abaixo que exemplifica a função conativa da linguagem.
A) A sorte favorece a mente bem-preparada.
B) Se você acha que tem 50% de chance de sucesso, vá atrás.
C) Sucesso é uma palavra à procura de definição pessoal.
D) Minha terra tem palmeiras onde cantavam os sabiás.
E) A disciplina é a parte mais importante da vida militar.
Resolução:
Alternativa B.
Nela, há referência direta ao receptor da mensagem (“você”), além de verbo no imperativo (“vá”).
Crédito de imagem
[1] Serviço Municipal de Água e Esgotos São Leopoldo / Governo do Rio Grande do Sul (reprodução)
Fontes
AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo: Parábola, 2021.
BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. 38ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015.
CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2020.
CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo. 7ª ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2016.
Fonte: Brasil Escola - /gramatica/funcao-conativa-linguagem.htm